quarta-feira, 28 de junho de 2017

Os Músicos do Brasil - 67

Esta é uma das grandes sanfoneiras da atualidade. Podemos classificá-la como professora de muitos nomes hoje famosos aqui no Nordeste. Natural de Salgueiro/PE, a série Os Músicos homenageia hoje não apenas uma artista dedicada à sanfona, mas também a transferir este ofício a outros que se interessam por ela e que seguem o caminho trilhado pelas notas deste instrumento.

Terezinha do acordeon é uma verdadeira escola viva, pois por ela já passaram nomes como Cezinha e Beto Ortiz, por exemplo, que hoje batalham por suas carreiras. Ela também já tocou com nomes como Dominguinhos, Elba Ramalho, Nando Cordel, entre outros.

Com alguns discos já lançados, Terezinha ergue a bandeira do autêntico forró e o que aprendeu na escola Gonzaga, transfere para outros, podendo ser considerada uma das melhores, se não, a melhor professora de sanfona deste país!

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de junho de 2017

♫Casa abandonada♫

De Alcymar Monteiro curto bastante algumas canções românticas e em especial esta em que mistura guitarra e sanfona em algumas frases musicais. O clipe que passava na época em que foi lançada, em 2001, também era bastante legal, onde retratava junto, com sua letra, imagens bastante regionais.

A letra de Casa abandonada fala de saudade na parte mais profunda da alma. Aquela saudade sem cura, naquele personagem que repara pela janela, nos caminhos mais distantes, na esperança da volta que devolve o brilho ao olhar. As prosopopeias em volta da rede, roseira, do passarinho, da casa, enfim tornam esse clima nordestino ainda mais vibrante nesta bela canção de Alcymar.

Casa abandonada
Alcymar Monteiro

Saudade meu bem saudade
Saudade do meu amor
Que um dia foi sim bora
Nenhuma carta deixou

Passo o dia na janela tentando desparecer
Cominando, relembrando, rebuscando
Me perco te procurando me lembrando de esquecer
O tempo todo, todo tempo só pensando
Me pego me perguntando onde andara você

A rede armada balançando sem ninguém
Nossa casa abandonada pergunta quando cê vem
Nossa roseira já morreu de solidão
Tal e qual meu coração
Também não tem mais ninguém
O passarinho lá na copa do moquém
Vive cantando vem vem
Todo o dia, o dia todo
Chamando e você não vem

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de junho de 2017

♫Lembrança de um beijo♫

Gosto muito quando algum artista que possui alcance nacional grava algo aqui do Nordeste para o Brasil inteiro ouvir. Fagner faz isso muito bem e acho que outros artistas poderiam prestar mais atenção a grandes pérolas que possuímos. E talvez pelas raízes, nosso cearense seja mestre nessa modalidade.

Lembrança de um beijo foi gravada naquele grande disco de 1994 em que ele canta vários sucessos deste ritmo. Antes, já havia sido cantada por Santanna, o cantador. Está entre as minhas preferidas do grande e saudoso Accioly Neto e também do Fagner em ritmo de forró. Sua letra fala do cabra forte, valente, bem sucedido, que se desmancha em lágrimas pela saudade que percorre suas veias, pela lembrança de um beijo inesquecível.

Lembrança de um beijo
Accioly Neto

Quando a saudade invade o coração da gente
Pega a veia onde corria um grande amor
Não tem conversa nem cachaça que de jeito
Nem um amigo do peito que segure o chororô

Que segure o chororô
Que segure o chororô...

Saudade já tem nome de mulher
Só pra fazer do homem o que bem quer
Saudade já tem nome de mulher
Só pra fazer do homem o que bem quer

O cabra pode ser valente e chorar
Ter meio mundo de dinheiro e chorar
Ser forte que nem sertanejo e chorar
Só na lembrança de um beijo, chorar...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 14 de junho de 2017

CD Maciel Melo Isso vale um abraço

E como indicação de trilha sonora para este e qualquer momento junino temos esse grande trabalho do nosso Maciel Melo. Um show gravado em 2007 no Teatro Guararapes, em Recife/PE que reúne seus grandes sucessos e alguns parceiros inesquecíveis. 

Também disponível em DVD, o repertório conta com O velho arvoredo, Pra ninar meu coração, Terra prometida, Tampa de pedra, Porteira do Cambão e o Medley Coco peneruê/Mulher de Mané Amaro/Coco do M/Meu pião (ambas com Silvério Pessoa). E ainda Jeito Maroto, Meu Cenário (com Petrúcio Amorim e trecho de Paisagem do interior, de Jessier Quirino).

Temos ainda De mala e cuia, João e Duvê (com Xangai), Um vêio d´água (com Irah Caldeira), Bandoleiro dos sonhos (com Marcone Melo), Medley Caboclo sonhador/Que nem vem-vem (com Flávio José), Facilita, Se tu quiser, Isso vale um abraço e o medley Noites brasileiras/Aproveita gente. Um ótimo trabalho pra quem deseja curtir aquele forró da melhor qualidade com este grande artista nordestino e seus convidados.

Um forte abraço a todos!

domingo, 11 de junho de 2017

♫Bote tempo♫

Santanna, o cantador é uma boa pedida, principalmente nesta época junina, com seus maravilhosos xotes. Este é um deles, que não pode faltar em suas apresentações neste mês onde sua agenda é disputadíssima. Suas canções se unem ao colorido e brilho dessa festa que representa tão bem a cultura nordestina do Brasil.

A letra de Bote tempo fala de um amor partido, de uma saudade insaciável, uma solidão escancarada e doída. E quem discordar, quem não acreditar nesse sentimento é porque nunca passou por ele ou por algo parecido, como diz a letra, com pitadas de festa junina que tem uma em uma de suas principais características a alegria, mesmo diante de um amor partido, ele é contado com serenidade e ritmo.

Bote tempo
Eliezer Setton

E bote tempo que eu não sei dormir
E bote tempo que eu não sei sonhar
E bote tempo que eu não sei sorrir
E bote tempo que eu só sei chorar

E bote tempo que eu não tenho aonde ir
E bote tempo que eu não sei pra onde voltar
E bote tempo que eu só sei o que é sofrer
E bote tempo nisso que ninguém me quer

Quem achar que exagero
Nunca viu o desespero
De quem esteve o tempo inteiro
Mergulhado na paixão

Quem disser que é brincadeira
Desconhece o que é o amor
Nunca entrou numa fogueira
E a flecha do cupido nunca lhe acertou

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

"Não deixem o forró morrer"

Parafraseando o clássico "Não deixe o samba morrer", penso que alguém até poderia criar uma canção protesto com este título. Alguns artistas locais e até nacionais andam gritando este lema atualmente. É que nas festas juninas, em suas maiores praças, estão faltando espaços para valiosos trabalhos. Falo do autêntico forró pé-de-serra, plantados neste país por nomes como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

Os artistas sertanejos nacionais andam tomando conta dos palcos principais já há muitos anos o que, para alguns, descaracteriza uma festa tão nordestina também em seus ritmos e sons. Penso que deve haver espaço pra todos e quem preferir assistir um Zezé di Camargo ou um Luan Santana que siga seu caminho, mas que também encontre a opção de conhecer um artista local que espera esta época para realizar sua turnê.

E também sou do tipo que pensa que São João é e sempre será uma festa que transforma o Nordeste do país, mesmo com todos os problemas sociais, no melhor lugar do planeta para se viver. E o som vem daquela escola Gonzaga que formou tantos outros doutores que precisam também serem prestigiados pelas novas gerações, por um merecimento natural, por difundirem a nossa cultura com toda a propriedade que ela oferece.

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de junho de 2017

♫Não vendo nem troco♫

Mês de junho e mais uma vez vamos reverenciar este ritmo tão nordestino que é o autêntico forró e nada melhor que começar com esta canção emblemática, este dueto histórico composto e cantado por Gonzagão e Gonzaguinha e revivido posteriormente por Dominguinhos e Zé Ramalho.

A canção Não vendo nem troco relata algo de muito valor, cobiçado por muitos, como conta um dos personagens. O outro, proprietário do produto, até concorda com alguns adjetivos, mas já prevendo os excessos como algo duvidoso e classificando isto como grande "inchirimento", segue com suas advertências de que não tá pra vender, nem trocar. Em algum momento da letra parece uma mulher, mas ao final é revelado o verdadeiro objeto de cobiça, uma égua. Coisas de gênios, fazer algo assim com tão bom humor e riqueza cultural.

Não vendo nem troco
Luiz Gonzaga e Gonzaga Jr.

Olha que pedaço nacional
Que coisa mais bonita, que belo animal
Você está querendo se engraçar
Não é para vender nem é pra comprar

Olha que molejo que ela tem!
Beleza sem igual e graça tem também
Ela é formosa, sei muito bem
Por isso é que ela é minha
Não divido com ninguém

É meu xodó, é meus 'amor'
Ela me acompanha pelos canto 'adonde' eu vou
É companhia de qualidade
É de confiança, que tranqüilidade

Tenha mais vergonha, tenha mais respeito
Ela não se engraça com qualquer sujeito
Mas com esse molejo, com esse tempero
Você não compra nunca, guarde seu dinheiro

Mas é que ela é cobiçada em todo esse sertão
Essa 'véia' é minha vida, eu não troco, não
Essa 'véia' é minha vida, eu não troco, não
Essa 'véia' é minha vida, vendo não senhor
Essa égua eu não vendo, não troco nem dou

Um forte abraço a todos!